Salmos 103-104
O Livro
Salmo de David.
103 Ó minha alma, louva o Senhor!
Que todo o meu ser exulte de alegria,
louvando o santo nome de Deus!
2 Ó minha alma, louva o Senhor,
sem esquecer nenhuma das coisas boas
que tem feito por mim!
3 É ele quem perdoa todos os meus pecados
e me cura de todas as minhas doenças!
4 É ele quem livra a minha vida do túmulo
e me enche com a sua bondade e misericórdia.
5 Enche-me de coisas boas,
de forma que a minha vida se renova como a da águia!
6 O Senhor faz justiça a todos os oprimidos.
7 Revelou os seus caminhos a Moisés;
mostrou tudo o que podia fazer ao povo de Israel.
8 Ele é misericordioso e compassivo;
só em último caso é que aplica o seu castigo,
porque é grande a sua bondade.
9 Não guarda rancor, como os humanos,
nem se mantém inflexivelmente irado para sempre.
10 Pelo contrário, face aos nossos pecados,
não nos tratou como eles mereciam,
nem nos castigou como as nossas maldades requeriam!
11 Pois a sua misericórdia para com os que o temem
é tão grande quanto a altura dos céus acima da Terra.
12 Afastou de nós os nossos pecados para tão longe,
quanto o Oriente está afastado do Ocidente.
13 Ele é como um pai afetuoso e compreensivo
para com todos os que o temem.
14 Pois conhece perfeitamente como somos feitos;
lembra-se bem de que somos apenas pó!
15 Na verdade, os nossos dias são poucos;
somos como as ervas e as plantas do campo,
que aparecem e crescem.
16 Mas soprando-lhes o vento, desaparecem
e só fica o lugar onde estavam!
17 Mas a misericórdia do Senhor dura para sempre,
para com os que o temem;
a sua justiça é para todos os que lhe são fiéis,
assim como para toda a sua descendência;
18 para os que cumprem a sua aliança
e se lembram dos seus mandamentos para os cumprir.
19 O Senhor tem a base do seu poder nos céus
e dali domina sobre todas as coisas.
20 Louvem o Senhor, os seus anjos poderosos,
que cumprem as suas ordens e obedecem à sua palavra!
21 Louvem o Senhor, os seus exércitos celestiais,
que o servem e executam a sua vontade!
22 Louvem o Senhor, todas as suas obras,
em todos os lugares do seu domínio!
Ó minha alma, louva o Senhor!
(1 Cr 16.8-22)
104 Ó minha alma, louva o Senhor!
Senhor, meu Deus, como tu és grandioso!
Estás revestido de honra e majestade.
2 A luz te rodeia como um manto sublime;
como imponente reposteiro, estendeste os céus!
3 Escavaste na superfície da Terra
abismos que encheste com os oceanos;
fazes-te transportar pelas nuvens.
Voas nas asas do vento;
4 fazes dos teus mensageiros ventos
e os seus ministros eficazes como fogo.
5 És tu quem sustenta a Terra,
para que não se desintegre no espaço.
6 Envolveste a Terra com os oceanos
e até as altas montanhas ficaram submersas.
7 Falaste e, ao som da tua voz,
as águas juntaram-se e formaram os oceanos.
8 Ergueram-se as altas cordilheiras, cavaram-se os vales;
tudo à medida da tua vontade.
9 Impuseste um limite aos mares,
de forma a não mais cobrirem a Terra.
10 Deus fez rebentar nascentes nos vales
que percorrem a terra, entre os montes,
11 dando de beber a todos os animais.
Dessa água bebem todos os animais do campo;
até os burros selvagens matam nela a sua sede.
12 Junto a rios e ribeiros fazem as aves os seus ninhos,
cantando entre a ramagem das árvores.
13 É ele que, lá do alto, rega as montanhas,
e faz com que a Terra se encha de fruto.
14 Faz crescer a erva que alimenta os animais;
a vegetação existe para benefício da humanidade,
que tira da terra grande parte do seu sustento.
15 Também o vinho, que lhe alegra o coração,
o azeite que faz brilhar a pele do rosto,
e ainda o pão para lhe renovar as forças.
16 Foi o Senhor que plantou os grandiosos,
altíssimos e viçosos cedros do Líbano.
17 Neles se aninham os mais variados pássaros;
a cegonha é nos ciprestes que se abriga.
18 No alto das montanhas refugiam-se as cabras-monteses
e nem mesmo as rochas são inúteis,
porque nelas se abrigam os damões-do-cabo[a].
19 Deus estabeleceu que a Lua marcasse os tempos
e que o Sol conhecesse o seu ocaso.
20 Ordenou a sucessão das noites;
aproveitando a sua escuridão,
os animais das matas saem das suas tocas.
21 Os filhotes dos leões rugem pedindo comida
e buscam de Deus o seu alimento.
22 Assim que o Sol nasce de novo,
esgueiram-se de volta para os seus covis.
23 É então a altura do homem sair para o trabalho,
até que novamente caia a noite.
24 Senhor, como é tão variada a tua criação!
Com que sabedoria tu fizeste todas as coisas!
A Terra está cheia daquilo que tu criaste!
25 Basta olhar para esse vasto oceano,
onde vive uma infinidade de criaturas maravilhosas,
dos mais diversos tamanhos!
26 Esses mares imensos são também cruzados
por toda a espécie de navios;
neles pode até brincar o monstro marinho![b]
27 Cada um desses seres vivos depende de ti,
para o seu sustento diário.
28 Tu o forneces e eles só têm de colher;
abres a tua mão e satisfazem-se com a tua generosidade.
29 Basta que te afastes por algum tempo,
para que fiquem perdidos.
Se param de respirar, morrem;
ficam reduzidos ao pó da terra.
30 Pelo teu Espírito, que envias à Terra,
nasce uma vida nova,
e assim renovas a tua criação.
31 Seja a glória do Senhor para sempre!
Como deve alegrar-se nas suas próprias obras!
32 A Terra treme sob o seu olhar;
tocando Deus nas montanhas, logo fumegam!
33 Cantarei ao Senhor enquanto eu viver;
cantarei louvores ao meu Deus até ao fim da vida!
34 Seja-lhe agradável a minha meditação!
Ele é a fonte de toda a minha alegria.
35 O meu desejo é que, um dia, todos os pecadores
venham a desaparecer da face da Terra
e que não mais exista gente que faça o mal!
Ó minha alma, louva o Senhor.
Louvem o Senhor!
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