Atos 17-19
Portuguese New Testament: Easy-to-Read Version
Paulo e Silas em Tessalônica
17 Depois de terem passado por Anfípolis e Apolônia, Paulo e Silas chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga dos judeus. 2 Paulo foi até lá, como era seu costume fazer e, durante três sábados, discutiu com os judeus sobre o que estava escrito nas Escrituras, 3 explicando e provando a eles que o Cristo tinha que sofrer e ressuscitar dos mortos. Ele dizia:
—Este Jesus que eu estou anunciando a vocês é o Cristo. 4 Alguns deles foram persuadidos e se juntaram a Paulo e Silas. Juntaram-se a eles também um grande número de gregos que temiam a Deus e muitas mulheres importantes. 5 Os judeus, porém, ficaram com muita inveja e, juntando alguns malandros de rua, formaram um grupo de desordeiros. Esse grupo agitou a cidade e atacou a casa de Jasom à procura de Paulo e Silas para entregá-los ao povo. 6 Não os encontrando lá, o grupo arrastou a Jasom e a alguns dos irmãos para as autoridades da cidade. Eles gritavam:
—Estes homens, que têm causado problemas em vários lugares, chegaram também aqui. 7 Eles estão hospedados na casa de Jasom e todos desobedecem às leis do Imperador, dizendo que há um outro rei, Jesus.
8 Ao ouvirem essas coisas, tanto a multidão como as autoridades da cidade ficaram muito agitadas. 9 Então, fizeram Jasom e os irmãos pagarem uma fiança e depois os soltaram.
Paulo e Silas na cidade de Bereia
10 Assim que anoiteceu, os irmãos fizeram com que Paulo e Silas partissem para a cidade de Bereia. Ao chegarem lá, eles foram para a sinagoga dos judeus. 11 As pessoas daquela cidade eram mais nobres do que as de Tessalônica, pois receberam a mensagem com grande entusiasmo. Eles examinavam as Escrituras todos os dias para ver se o que Paulo dizia era realmente verdadeiro. 12 Com isso muitos deles acreditaram, juntamente com muitas mulheres gregas importantes e muitos homens gregos. 13 Quando os judeus de Tessalônica souberam que Paulo estava em Bereia proclamando a mensagem de Deus, foram até lá para promover desordens entre o povo e para agitá-lo contra Paulo. 14 Os irmãos, então, imediatamente, mandaram Paulo para o litoral, mas Silas e Timóteo ficaram em Bereia. 15 Aqueles que acompanhavam Paulo o levaram até a cidade de Atenas. Depois eles partiram levando instruções para que Silas e Timóteo fossem encontrá-lo em Atenas o mais depressa possível.
Paulo em Atenas
16 Enquanto Paulo esperava por Timóteo e Silas em Atenas, ele se revoltou, pois ele viu que a cidade estava cheia de ídolos. 17 Na sinagoga ele discutia com os judeus e com os gregos que temiam a Deus. E todos os dias, na praça principal, discutia com aqueles que se encontravam ali.
18 Um grupo de filósofos epicureus e estoicos começaram a discutir com ele, e alguns diziam:
—O que esse tagarela está querendo dizer?
Outros diziam:
—Parece que ele está anunciando deuses estranhos.
(Eles diziam isso porque Paulo estava falando a respeito de Jesus e da ressurreição.)[a]
19 Paulo, então, foi levado até o Areópago. Lá eles lhe disseram:
—Podemos saber que novo ensino é esse que você está nos apresentando? 20 Você está trazendo coisas estranhas aos nossos ouvidos e, por isso, gostaríamos de saber o que elas significam.
21 (Eles fizeram isso porque tanto os atenienses como os estrangeiros que lá viviam não faziam mais nada a não ser contar ou ouvir a respeito das últimas novidades.)
O discurso de Paulo em Atenas
22 Paulo, então, se levantou no Areópago e disse:
—Homens de Atenas! Vejo que vocês são bastante religiosos em tudo, pois, 23 ao andar por aqui observei os objetos de adoração de vocês. Eu encontrei até mesmo um altar no qual estava escrito: Ao deus desconhecido. E é esse Deus, que vocês adoram mas desconhecem, que eu estou anunciando a vocês. 24 Esse Deus fez o mundo e tudo o que nele existe. Ele é o Senhor do céu e da terra. Ele não mora em templos feitos por mãos humanas. 25 Ele não é servido por mãos humanas como se precisasse de alguma coisa, mas é ele quem dá vida, respiração e tudo o mais a todos. 26 Ele fez todas as raças de homens de um só homem para que eles habitassem toda a terra, e determinou também os tempos e as fronteiras dos lugares onde eles viveriam. 27 Ele fez isso com a esperança de que os homens buscassem a Deus e que, procurando, o encontrassem, pois ele não está longe de nenhum de nós. 28 “Nele vivemos, nos movemos e existimos” e assim como também alguns dos próprios poetas de vocês disseram: “Somos filhos dele”. 29 Portanto, desde que somos filhos de Deus, não deveríamos pensar que a divindade é como ouro, prata ou pedra, trabalhados pela arte e pela imaginação do homem. 30 No passado Deus não levou em conta tal ignorância. Agora, porém, ele manda que todas as pessoas em todos os lugares mudem a sua forma de pensar e de viver, 31 pois ele tem um dia reservado, no qual irá julgar o mundo. Ele julgará o mundo com justiça, por meio de um homem que ele apontou e aprovou diante de todos, ressuscitando-o dos mortos.
32 Quando ouviram Paulo falar a respeito de ressurreição dos mortos, alguns deles riram, outros, porém, disseram:
—Queremos ouvir você falar sobre isto numa outra ocasião.
33 Paulo, então, foi embora dali. 34 Algumas pessoas juntaram-se a ele e acreditaram. Entre eles estavam Dionísio, que era membro do Areópago, uma mulher chamada Dâmaris e alguns outros.
Em Corinto
18 Depois disto, Paulo deixou a cidade de Atenas e foi para Corinto. 2 Lá ele encontrou um judeu chamado Áquila, natural da região do Ponto. Ele e sua esposa, Priscila, tinham vindo da Itália há pouco tempo, porque o imperador Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo, então, foi visitá-los e 3 acabou ficando ali para trabalhar com eles, pois tinham a mesma profissão: fazer tendas. 4 Todos os sábados Paulo discutia na sinagoga e tentava convencer tanto os judeus como aqueles que não eram judeus.
5 Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo passou a dedicar todo o seu tempo à proclamação da mensagem, testemunhando aos judeus que Jesus é o Cristo. 6 Quando os judeus se opuseram a Paulo e o insultaram, ele sacudiu a poeira das suas roupas como uma advertência contra eles e lhes disse:
—Se vocês não forem salvos, a culpa será somente de vocês. A minha consciência está tranquila e, de agora em diante, eu irei para os que não são judeus.
7 E, saindo dali, Paulo foi para a casa de Tício Justo, homem temente a Deus e que morava ao lado da sinagoga. 8 Tanto Crispo, o chefe da sinagoga, como toda a sua família, creram no Senhor. Muitos dos coríntios, que também ouviram a Paulo, creram e foram batizados. 9 Uma noite o Senhor disse a Paulo por meio de uma visão:
—Continue falando às pessoas sem ter medo delas e não desista, 10 pois eu estou com você. Ninguém lhe atacará para lhe fazer mal, porque tenho muitas pessoas nesta cidade.
11 Então Paulo permaneceu ali por um ano e meio, ensinando a mensagem de Deus entre eles.
Paulo e o governador Gálio
12 Quando Gálio era governador da Acaia, os judeus, num esforço conjunto, atacaram a Paulo e o levaram ao tribunal, 13 dizendo:
—Este homem está convencendo o povo a adorar a Deus de maneira contrária à nossa lei.
14 Quando Paulo ia falar, Gálio disse aos judeus:
—Se isto fosse uma injustiça ou um crime sério, seria razoável que eu os escutasse. 15 Mas desde que isto é uma questão a respeito de palavras, de nomes, e da própria lei de vocês, vocês que a resolvam por si mesmos. Eu me recuso a ser juiz em casos deste tipo.
16 E os expulsou do tribunal. 17 Então, todos eles agarraram a Sóstenes, o chefe da sinagoga, e o espancaram em frente do tribunal. Gálio, entretanto, nem se incomodava com isso.
Paulo volta para Antioquia
18 Paulo permaneceu ali ainda por vários dias, mas depois despediu-se dos irmãos e navegou para a Síria, juntamente com Priscila e Áquila. Em Cencreia Paulo raspou a cabeça, pois tinha feito uma promessa a Deus. 19 Depois eles chegaram à cidade de Éfeso, onde Paulo deixou a Priscila e Áquila. Ele mesmo, porém, entrando na sinagoga, discutia com os judeus. 20 Estes lhe pediram para que ficasse com eles por mais tempo, mas Paulo recusou e, 21 ao partir, disse:
—Se Deus quiser, eu voltarei.
E partiu da cidade de Éfeso.
22 Depois de chegar a Cesareia, ele foi para Jerusalém. Ali cumprimentou a igreja e, em seguida, partiu para a cidade de Antioquia. 23 Depois de ter permanecido lá por algum tempo, Paulo partiu e viajou de cidade em cidade por toda a região da Galácia e da Frígia, fortalecendo a fé de todos os discípulos.
Apolo em Éfeso
24 Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural da cidade de Alexandria. Ele era um bom orador e conhecia muito bem as Escrituras. 25 Ele tinha sido instruído no caminho do Senhor; falava com bastante entusiasmo[b] e ensinava de maneira correta a respeito de Jesus, apesar de conhecer somente o batismo de João. 26 Ele falava sem medo na sinagoga e, quando Priscila e Áquila o ouviram, o levaram para a casa deles e lhe explicaram melhor o caminho de Deus. 27 Apolo, então, quis ir para a região da Acaia. Os irmãos o encorajaram e escreveram aos discípulos de lá pedindo que o recebessem bem quando ele chegasse. Ele foi uma grande ajuda para aqueles que, pela graça, tinham acreditado, 28 pois derrotava os argumentos dos judeus em público e com muita coragem, provando pelas Escrituras que Jesus é o Cristo.
Paulo em Éfeso
19 Enquanto Apolo estava na cidade de Corinto, Paulo viajou pelo interior do continente e chegou até Éfeso. Lá encontrou alguns discípulos e 2 lhes perguntou:
—Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?
Eles lhe responderam:
—Nós nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo.
3 Paulo lhes perguntou:
—Então, que tipo de batismo vocês receberam?
Eles responderam:
—O batismo de João.
4 Paulo disse:
—João dizia ao povo de Israel que eles deviam ao mesmo tempo se propor em mudar o seu comportamento e ser batizados; ele também dizia que as pessoas deviam acreditar naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus.
5 Quando ouviram isto, eles foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6 E, quando Paulo colocou suas mãos sobre eles, o Espírito Santo veio sobre todos e eles começaram a falar em línguas e a profetizar. 7 Eram ao todo uns doze homens.
8 Durante três meses Paulo continuou indo à sinagoga, onde com muita coragem discutia e tentava convencer a todos a respeito do reino de Deus. 9 Alguns deles, porém, eram teimosos, se recusavam a acreditar e, ainda por cima, falavam coisas más a respeito do Caminho do Senhor na frente de todos. Por isso, Paulo os deixou e foi embora, levando consigo os discípulos. Depois começou a ensinar todos os dias na escola de um homem chamado Tirano. 10 E continuou a fazer isso durante dois anos, até que todas as pessoas que viviam na região da Ásia (tanto os judeus como os que não eram judeus) ouviram a mensagem do Senhor. 11 Deus fazia milagres tão grandes pelas mãos de Paulo 12 que até mesmo lenços e roupas do seu uso pessoal eram levados aos doentes e eles ficavam curados e os demônios se retiravam.
Os filhos de Ceva
13 Alguns dos judeus que viajavam de cidade em cidade expulsando demônios tentaram usar o nome do Senhor Jesus para libertar aqueles que estavam possuídos por demônios. Eles disseram:
—Eu lhes ordeno que saiam, em nome de Jesus, a quem Paulo proclama.
14 (Os sete filhos de um judeu chamado Ceva, que era sumo sacerdote, estavam fazendo isto.)
15 Mas o demônio lhes disse:
—Eu conheço a Jesus e sei quem é Paulo, mas quem são vocês?
16 E o homem que tinha esse demônio se lançou sobre eles e, dominando a todos, bateu neles até que fugiram daquela casa, nus e feridos. 17 Todos os moradores de Éfeso, tanto os judeus como os que não eram judeus, souberam dessas coisas e ficaram com muito medo. Isso fez com que o nome do Senhor Jesus fosse ainda mais respeitado.
18 Muitos dos que tinham acreditado vieram e confessaram publicamente os pecados que tinham cometido. 19 E muitos daqueles que costumavam praticar bruxarias trouxeram os seus livros e os queimaram na frente de todos. Depois de calcular os preços dos livros, o total chegou a cinquenta mil moedas de prata[c]. 20 Desta maneira poderosa a mensagem do Senhor se espalhava por toda parte e influenciava mais e mais pessoas. 21 Depois de todas estas coisas terem acontecido, Paulo decidiu ir até a cidade de Jerusalém,[d] após passar pelas regiões da Macedônia e Acaia. E ele também dizia:
—Depois de Jerusalém eu ainda tenho que visitar Roma.
Tumulto em Éfeso
22 Paulo, então, enviou para a região da Macedônia dois de seus ajudantes, Timóteo e Erasto, enquanto ele mesmo permanecia na Ásia por mais algum tempo. 23 Nessa ocasião houve um grande tumulto na cidade de Éfeso por causa do Caminho do Senhor. 24-25 Tudo começou quando Demétrio, um ourives, convocou uma reunião com todos os que estavam envolvidos em trabalhos desse tipo. (Essas pessoas faziam miniaturas de prata do templo da deusa Diana e esse negócio lhes dava muito lucro.) Demétrio disse a todos:
—Homens! Vocês sabem que este trabalho nos dá um bom lucro.
26 Como vocês podem ver e ouvir, esse tal de Paulo anda persuadindo e desencaminhando muita gente, dizendo que os deuses feitos por mãos humanas não são deuses. E isso vem acontecendo não só em Éfeso, mas também em quase toda a região da Ásia. 27 Isso é muito perigoso, pois pode trazer má fama para os nossos negócios. E também pode fazer com que o templo da grande deusa Diana perca todo o seu prestígio. Há ainda o perigo de que a majestade de Diana, deusa adorada não somente na Ásia como também em todo o mundo, seja destruída.
28 Ao ouvirem isto, todos ficaram furiosos e começaram a gritar:
—Diana dos Efésios é a maior!
29 E a confusão tomou conta da cidade! A multidão agarrou os macedônios Gaio e Aristarco, companheiros de viagem de Paulo, e correram para o teatro. 30 Paulo queria se apresentar ao povo, mas os discípulos não o deixaram fazer isso. 31 Alguns amigos de Paulo, autoridades provinciais, lhe mandaram um recado pedindo que ele não fosse ao teatro. 32 Algumas pessoas gritavam uma coisa, outras gritavam outra e toda a assembleia estava numa total confusão. A maior parte deles não sabia nem a razão de estarem todos reunidos. 33 Então os judeus empurraram Alexandre para a frente e alguns que estavam entre a multidão lhe deram instruções sobre o que falar. Alexandre fez um sinal com a mão e tentou explicar ao povo o que estava acontecendo. 34 Quando as pessoas da multidão, porém, se deram conta de que ele também era judeu, se puseram a gritar todos juntos:
—Diana dos Efésios é a maior! E isto durou mais ou menos duas horas.
35 Então o secretário da cidade acalmou a multidão e disse:
—Povo de Éfeso! Há alguém no mundo que não saiba que a cidade de Éfeso é a guardiã do templo da grande Diana e da pedra sagrada que caiu do céu[e]? 36 Desde que ninguém pode negar isso, então fiquem calmos e não façam nada precipitadamente. 37 Por que vocês trouxeram estes homens[f] até aqui? Eles não roubaram nenhum templo e tampouco disseram coisas más a respeito da nossa deusa! 38 Se Demétrio e seus companheiros têm alguma acusação contra alguém, os tribunais estão abertos e, além do mais, existem os governadores. Eles que se acusem uns aos outros lá. 39 Mas, se vocês querem saber mais alguma coisa, isso tem que ser resolvido em uma assembleia legal. 40 Do jeito que as coisas estão, há o perigo de sermos acusados de subversão pelo que aconteceu hoje. Pois não há motivo algum que possamos alegar para justificar este alvoroço.
41 E, depois de dizer isto, despediu a assembleia.
Footnotes
- 17.18 Eles pareciam acreditar que Paulo se referia a Jesus como a um deus e à resurreição como a uma deusa.
- 18.25 com bastante entusiasmo ou “com fervor no Espírito”.
- 19.19 moedas de prata Uma moeda de prata era o pagamento por um dia de trabalho. Leia Mt 20.2.
- 19.21 Paulo (…) de Jerusalém ou “Paulo, impulsionado pelo Espírito, fez planos de ir a Jerusalém”.
- 19.35 pedra sagrada que caiu do céu Talvez se refira a um meteorito ou uma pedra que as pessoas adoravam porque acreditavam se tratar da deusa Ártemis.
- 19.37 estes homens Refere-se a Gaio e Aristarco, homens estes que viajavam com Paulo.
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