2 Reis 18-19
Nova Versão Internacional
O Reinado de Ezequias, Rei de Judá
18 No terceiro ano do reinado de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá, começou a reinar. 2 Ele tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Abia[a], filha de Zacarias. 3 Ele fez o que o Senhor aprova, tal como tinha feito Davi, seu predecessor. 4 Removeu os altares idólatras, quebrou as colunas sagradas e derrubou os postes sagrados. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois até aquela época os israelitas lhe queimavam incenso. Era chamada[b] Neustã.
5 Ezequias confiava no Senhor, o Deus de Israel. Nunca houve ninguém como ele entre todos os reis de Judá, nem antes nem depois dele. 6 Ele se apegou ao Senhor e não deixou de segui-lo; obedeceu aos mandamentos que o Senhor tinha dado a Moisés. 7 E o Senhor estava com ele; era bem-sucedido em tudo o que fazia. Rebelou-se contra o rei da Assíria e deixou de submeter-se a ele. 8 Desde as torres das sentinelas até a cidade fortificada, ele derrotou os filisteus, até Gaza e o seu território.
9 No quarto ano do reinado do rei Ezequias, o sétimo ano do reinado de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, Salmaneser, rei da Assíria, marchou contra Samaria e a cercou. 10 Ao fim de três anos, os assírios a tomaram. Assim a cidade foi conquistada no sexto ano do reinado de Ezequias, o nono ano do reinado de Oséias, rei de Israel. 11 O rei assírio deportou os israelitas para a Assíria e os estabeleceu em Hala, em Gozã do rio Habor e nas cidades dos medos. 12 Isso aconteceu porque os israelitas não obedeceram ao Senhor, o seu Deus, mas violaram a sua aliança: tudo o que Moisés, o servo do Senhor, tinha ordenado. Não o ouviram nem lhe obedeceram.
13 No décimo quarto ano do reinado do rei Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria, atacou todas as cidades fortificadas de Judá e as conquistou. 14 Então Ezequias, rei de Judá, enviou esta mensagem ao rei da Assíria, em Láquis: “Cometi um erro. Pára de atacar-me, e eu pagarei tudo o que exigires”. O rei da Assíria cobrou de Ezequias, rei de Judá, dez toneladas e meia[c] de prata e um mil e cinqüenta quilos de ouro. 15 Assim, Ezequias lhes deu toda a prata que se encontrou no templo e na tesouraria do palácio real.
16 Nessa ocasião Ezequias, rei de Judá, retirou o ouro com que havia coberto as portas e os batentes do templo do Senhor, e o deu ao rei da Assíria.
A Ameaça de Senaqueribe a Jerusalém
17 De Láquis o rei da Assíria enviou ao rei Ezequias, em Jerusalém, seu general, seu oficial principal e seu comandante de campo com um grande exército. Eles subiram a Jerusalém e pararam no aqueduto do açude superior, na estrada que leva ao campo do Lavandeiro. 18 Eles chamaram pelo rei; e o administrador do palácio, Eliaquim, filho de Hilquias, o secretário Sebna e o arquivista real Joá, filho de Asafe, foram ao seu encontro.
19 O comandante de campo lhes disse: “Digam isto a Ezequias:
“Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: ‘Em que você baseia sua confiança? 20 Você pensa que meras palavras já são estratégia e poderio militar. Em quem você está confiando para se rebelar contra mim? 21 Você está confiando no Egito, aquele caniço quebrado que espeta e perfura a mão do homem que nele se apóia! Assim o faraó, rei do Egito, retribui a quem confia nele. 22 Mas, se vocês me disserem: “Estamos confiando no Senhor, o nosso Deus”; não é ele aquele cujos santuários e altares Ezequias removeu, dizendo a Judá e Jerusalém: “Vocês devem adorar diante deste altar em Jerusalém”?’
23 “Aceite, pois, agora, o desafio do meu senhor, o rei da Assíria: ‘Eu lhe darei dois mil cavalos, se você tiver cavaleiros para eles!’ 24 Como você pode derrotar o mais insignificante guerreiro do meu senhor? Você confia no Egito para lhe dar carros de guerra e cavaleiros? 25 Além disso, será que vim atacar e destruir este local sem uma palavra da parte do Senhor? O próprio Senhor me disse que marchasse contra este país e o destruísse”.
26 Então Eliaquim, filho de Hilquias, Sebna e Joá disseram ao comandante de campo: “Por favor, fala com teus servos em aramaico, porque entendemos essa língua. Não fales em hebraico, pois assim o povo que está sobre os muros o entenderá”.
27 O comandante, porém, respondeu: “Será que meu senhor enviou-me para dizer essas coisas somente para o seu senhor e para você, e não para os que estão sentados no muro, que, como vocês, terão que comer as próprias fezes e beber a própria urina?”
28 Então o comandante levantou-se e gritou em hebraico: “Ouçam a palavra do grande rei, o rei da Assíria! 29 Assim diz o rei: ‘Não deixem que Ezequias os engane. Ele não poderá livrá-los de minha mão. 30 Não deixem Ezequias convencê-los a confiar no Senhor, quando diz: “Com certeza o Senhor nos livrará; esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria”’.
31 “Não dêem ouvidos a Ezequias. Assim diz o rei da Assíria: ‘Façam paz comigo e rendam-se. Então cada um de vocês comerá de sua própria videira e de sua própria figueira e beberá água de sua própria cisterna, 32 até que eu venha e os leve para uma terra igual à de vocês, terra de cereais, de vinho, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras e de mel. Escolham a vida e não a morte! Não dêem ouvidos a Ezequias, pois ele os está iludindo, quando diz: “O Senhor nos livrará”’.
33 “Será que o deus de alguma nação conseguiu livrar sua terra das mãos do rei da Assíria? 34 Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim, de Hena e de Iva? Acaso livraram Samaria das minhas mãos? 35 Qual dentre todos os deuses dessas nações conseguiu livrar sua terra do meu poder? Como então o Senhor poderá livrar Jerusalém das minhas mãos?”
36 Mas o povo permaneceu calado e nada disse em resposta, pois o rei tinha ordenado: “Não lhe respondam”.
37 Então o administrador do palácio, Eliaquim, filho de Hilquias, o secretário Sebna e o arquivista real Joá, filho de Asafe, retornaram com as vestes rasgadas a Ezequias e lhe relataram o que o comandante de campo tinha dito.
A Predição da Libertação de Jerusalém
19 Ao ouvir o relato, o rei Ezequias rasgou as suas vestes, pôs roupas de luto e entrou no templo do Senhor. 2 Ele enviou o administrador do palácio, Eliaquim, o secretário Sebna e os sacerdotes principais, todos vestidos com pano de saco, ao profeta Isaías, filho de Amoz. 3 Eles lhe disseram: “Assim diz Ezequias: ‘Hoje é dia de angústia, de repreensão e de humilhação; estamos como a mulher que está para dar à luz filhos, mas não tem forças para fazê-los nascer. 4 Talvez o Senhor, o teu Deus, ouça todas as palavras do comandante de campo, a quem o senhor dele, o rei da Assíria, enviou para zombar do Deus vivo. E que o Senhor, o teu Deus, o repreenda pelas palavras que ouviu. Portanto, suplica a Deus pelo remanescente que ainda sobrevive’”.
5 Quando os oficiais do rei Ezequias chegaram a Isaías, 6 este lhes disse: “Digam a seu senhor que assim diz o Senhor: ‘Não tenha medo das palavras que você ouviu, das blasfêmias que os servos do rei da Assíria lançaram contra mim. 7 Ouça! Eu o farei tomar a decisão de[d] retornar ao seu próprio país, quando ele ouvir certa notícia. E lá o farei morrer à espada’ ”.
8 Quando o comandante de campo soube que o rei da Assíria havia partido de Láquis, retirou-se e encontrou o rei lutando contra Libna.
9 Ora, Senaqueribe fora informado de que Tiraca, rei etíope[e] do Egito, estava vindo lutar contra ele, de modo que mandou novamente mensageiros a Ezequias com este recado: 10 “Digam a Ezequias, rei de Judá: ‘Não deixe que o Deus no qual você confia o engane, quando diz: “Jerusalém não cairá nas mãos do rei da Assíria”. 11 Com certeza você ouviu o que os reis da Assíria têm feito a todas as nações, como as destruíram por completo. E você haveria de livrar-se? 12 Acaso os deuses das nações que foram destruídas por meus antepassados as livraram: os deuses de Gozã, Harã, Rezefe e do povo de Éden, que estava em Telassar? 13 Onde estão o rei de Hamate, o rei de Arpade, o rei da cidade de Sefarvaim, de Hena e de Iva?’”
A Oração de Ezequias
14 Ezequias recebeu a carta das mãos dos mensageiros e a leu. Então subiu ao templo do Senhor e estendeu-a perante o Senhor. 15 E Ezequias orou ao Senhor: “Senhor, Deus de Israel, que reinas em teu trono, entre os querubins, só tu és Deus sobre todos os reinos da terra. Tu criaste os céus e a terra. 16 Dá ouvidos, Senhor, e vê; ouve as palavras que Senaqueribe enviou para insultar o Deus vivo.
17 “É verdade, Senhor, que os reis assírios fizeram de todas essas nações e seus territórios um deserto. 18 Atiraram os deuses delas no fogo e os destruíram, pois não eram deuses; eram apenas madeira e pedra moldadas por mãos humanas. 19 Agora, Senhor nosso Deus, salva-nos das mãos dele, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus”.
A Profecia de Isaías sobre a Queda de Senaqueribe
20 Então Isaías, filho de Amoz, enviou uma mensagem a Ezequias: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Ouvi a sua oração acerca de Senaqueribe, o rei da Assíria’. 21 Esta é a palavra que o Senhor falou contra ele:
“‘A virgem, a filha de Sião,
o despreza e zomba de você.
A filha de Jerusalém
meneia a cabeça enquanto você foge.
22 De quem você zombou
e contra quem blasfemou?
Contra quem você levantou a voz
e contra quem ergueu o
seu olhar arrogante?
Contra o Santo de Israel!
23 Sim, você insultou o Senhor
por meio dos seus mensageiros.
E declarou:
“Com carros sem conta subi,
aos pontos mais elevados
e às inacessíveis alturas do Líbano.
Derrubei os seus mais altos cedros,
os seus melhores pinheiros.
Entrei em suas regiões mais remotas,
e nas suas mais densas florestas.
24 Em terras estrangeiras
cavei poços e bebi água.
Com as solas de meus pés
sequei todos os rios do Egito”.
25 “‘Você não percebe
que há muito tempo
eu já havia determinado tudo isso.
Desde a antigüidade planejei
o que agora faço acontecer,
que você deixaria cidades
fortificadas em ruínas.
26 Seus habitantes, sem forças,
desanimam-se envergonhados.
São como pastagens,
como brotos tenros e verdes,
como ervas no telhado,
queimadas antes de crescer.
27 Eu, porém, sei onde você está,
sei quando você sai e quando retorna;
e como você se enfurece contra mim.
28 Sim, contra mim você se enfureceu
e o seu atrevimento
chegou aos meus ouvidos.
Por isso porei o meu anzol
em seu nariz
e o meu freio em sua boca,
e o farei voltar
pelo caminho por onde veio.
29 “‘A você, Ezequias, darei este sinal:
Neste ano vocês comerão
do que crescer por si,
e no próximo o que daquilo brotar.
Mas no terceiro ano
semeiem e colham,
plantem vinhas e comam o seu fruto.
30 Mais uma vez, um remanescente
da tribo de Judá sobreviverá,
lançará raízes na terra
e se encherão de frutos
os seus ramos.
31 De Jerusalém sairão sobreviventes,
e um remanescente do monte Sião.
O zelo do Senhor dos Exércitos
o executará’.
32 “Portanto, assim diz o Senhor
acerca do rei da Assíria:
‘Ele não invadirá esta cidade
nem disparará contra ela
uma só flecha.
Não a enfrentará com escudo
nem construirá rampas de cerco
contra ela.
33 Pelo caminho por onde veio voltará;
não invadirá esta cidade’,
declara o Senhor.
34 ‘Eu a defenderei e a salvarei,
por amor de mim mesmo
e do meu servo Davi’ ”.
35 Naquela noite o anjo do Senhor saiu e matou cento e oitenta e cinco mil homens no acampamento assírio. Quando o povo se levantou na manhã seguinte, o lugar estava repleto de cadáveres! 36 Então Senaqueribe, rei da Assíria, desmontou o acampamento e foi embora. Voltou para Nínive e lá ficou.
37 Certo dia, enquanto ele estava adorando no templo de seu deus Nisroque, seus filhos Adrameleque e Sarezer mataram-no à espada e fugiram para a terra de Ararate. Seu filho Esar-Hadom foi o seu sucessor.
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