1 Coríntios 12-16
O Livro
Os dons espirituais
12 E agora, irmãos, quero escrever-vos acerca dos dons espirituais que o Espírito Santo dá a cada um, pois é preciso que não haja qualquer confusão a esse respeito.
2 Lembrem-se que antes de se tornarem cristãos eram levados a adorar ídolos que nunca puderam dizer-vos uma palavra. 3 Portanto quero que saibam como discernir o que é verdadeiramente de Deus. Pois é desta maneira: ninguém que fale pelo Espírito de Deus poderá dizer: “Jesus é maldito!” E ninguém pode dizer conscientemente: “Jesus é o Senhor!”, se não for impulsionado pelo Espírito Santo.
4 Ora há diferentes espécies de dons espirituais, mas é do mesmo Espírito Santo que procedem. 5 Há várias espécies de serviço para Deus, mas é ao mesmo Senhor que estamos a servir. 6 Há muitas formas de Deus trabalhar nas nossas vidas, mas é sempre o mesmo Deus quem faz o trabalho em nós. 7 O Espírito Santo manifesta-se por intermédio de cada um de nós, para o que for útil à igreja.
8 A uma pessoa, o Espírito concede o dom de falar com sabedoria; a outro, o dom de falar com conhecimento, e tudo isto vem do mesmo Espírito. 9 A um outro, dá uma fé especial, e a outro, ainda, o poder de curar doentes. 10 Um tem a capacidade de fazer milagres, outro o de profetizar. A outra pessoa, dá a capacidade de distinguir os espíritos. A uma pessoa, a de falar línguas que nunca aprendeu e, a outra pessoa, a de ser capaz de interpretar o que aquela outra diz. 11 E é sempre o mesmo e único Espírito Santo que dá todos estes dons, decidindo aquilo que deve ser atribuído a cada um.
Um corpo, muitas partes
12 O nosso corpo tem muitas partes, mas o conjunto constitui um só corpo. Assim é também o corpo de Cristo: cada um de nós é uma parte do corpo. 13 Uns são judeus, outros gentios; uns são escravos, outros são livres. Mas todos nós fomos batizados no corpo de Cristo por um Espírito e todos nós recebemos o mesmo Espírito.
14 Sim, o corpo tem muitas partes; não é constituído só por uma parte. 15 Se o pé disser: “Eu não faço parte do corpo, porque não sou mão”, não é por isso que deixa de ser parte do corpo. 16 E se o ouvido se pusesse a dizer: “Não pertenço ao corpo, porque podia ser um olho, e afinal não passo de uma orelha.” Seria por isso que faria menos parte do corpo? 17 Vamos supor que todo o corpo era olho; como é que se podia ouvir? Ou então se todo ele fosse um enorme ouvido, como se poderia cheirar?
18 Mas Deus formou-nos com muitas partes e cada uma com a sua função própria. 19 E que coisa estranha seria um corpo humano com uma só parte! 20 Mas não, são muitas as partes, mas um só o corpo. 21 O olho nunca poderá dizer para a mão: “Não preciso de ti.” Nem a cabeça poderá dizer aos pés: “Vocês são-me inúteis.”
22 De facto, algumas partes que parecem mais fracas e menos importantes são realmente as mais necessárias. 23 E as partes que consideramos menos dignas são aquelas que vestimos com o maior cuidado. Protegemos cuidadosamente do olhar dos outros aquelas partes que não deveriam ser vistas; 24 enquanto há outras partes que não precisam deste cuidado especial. Assim Deus juntou o corpo de tal maneira que são dadas honras extras às partes que têm menos dignidade. 25 Assim é criada uma harmonia entre os membros, de maneira que todos os membros cuidam uns dos outros igualmente. 26 Se uma parte sofre, todas as partes sofrem com ela, e se uma parte é honrada, todas as partes ficam satisfeitas.
27 Ora vocês formam o corpo de Cristo e cada um separadamente constitui uma parte necessária desse corpo. 28 Por isso, na igreja Deus colocou em primeiro lugar, apóstolos; em segundo, profetas; em terceiro, ensinadores; e depois os que fazem milagres, os que têm o dom de curar, outros com o dom de ajudar o semelhante, outros que sabem administrar a igreja, e outros ainda que falam línguas que nunca aprenderam.
29 Deverão ser todos apóstolos? Serão todos pregadores ou profetas? Tornar-se-ão todos ensinadores? Poderão todos fazer milagres? 30 Podem todos curar os doentes? Dá-nos Deus a todos a capacidade de falar línguas que não conhecemos? Pode qualquer pessoa interpretar o que aqueles que têm esse dom dizem? Claro que não. 31 Contudo, esforcem-se por serem capacitados com os dons mais importantes.
O amor
Mas deixem-me mostar-vos o caminho mais excelente!
13 Ainda que eu falasse as línguas dos homens ou até mesmo dos anjos, mas não fosse capaz de amar os outros, não seria mais do que um sino que badala ou um chocalho barulhento. 2 Se eu tivesse o dom de profetizar, e se soubesse os mistérios do futuro, e se conhecesse tudo acerca de tudo, mas não amasse os outros, de que me serviria? E até mesmo que tivesse fé, de forma a poder falar a uma montanha e fazê-la deslocar-se, isso não teria valor algum sem o amor. 3 Ainda que desse tudo aos pobres, e ainda que deixasse que me queimassem vivo[a], mas não amasse os outros, eu não teria nenhum valor.
4 O amor é paciente e bondoso. Não é invejoso, nem orgulhoso; não é arrogante, 5 nem grosseiro. O amor não exige que se faça o que ele quer. Não é irritadiço e dificilmente suspeita do mal que os outros lhe possam fazer. 6 Nunca fica satisfeito com a injustiça, mas alegra-se com a verdade. 7 O amor nunca desiste, nunca perde a fé, tem sempre esperança e persevera em todas as circunstâncias.
8 Todos os dons e capacidades especiais que vêm de Deus terminarão um dia, porém o amor há de sempre continuar. Um dia, tanto a profecia, como o falar línguas desconhecidas, como o conhecimento, todos esses dons desaparecerão. 9 Nós agora sabemos muito pouco, mesmo com a ajuda desses dons especiais, e até a profecia mais inspirada é ainda muito imperfeita. 10 Mas quando chegar o que é perfeito estes dons especiais desaparecerão.
11 Quando eu era criança falava, pensava e raciocinava como uma criança. Mas quando me tornei adulto deixei as coisas de criança. 12 Da mesma maneira, nós agora compreendemos imperfeitamente as coisas como se estivéssemos a ver um reflexo num espelho de má qualidade. Mas um dia virá em que veremos de uma forma completa, face a face. Tudo quanto sei agora é parcial, mas depois verei tudo com clareza, como Deus conhece o interior do meu coração.
13 Há três coisas que hão de perdurar: a fé, a esperança e o amor. E destas, a principal é o amor.
Os dons de profecia e de línguas
14 Que o amor seja o vosso fundamental objetivo; mas aspirem também com zelo aos dons que o Espírito Santo vos dá, especialmente o dom de profetizar. 2 Aquele que fala línguas fala com Deus, mas não com os outros, visto que os outros não poderão entendê-lo. É verdade que poderá estar a falar pelo poder do Espírito, mas será como algo misterioso. 3 Aquele que profetizar estará a ajudar os outros a crescerem no Senhor, consolando-os e encorajando-os. 4 Uma pessoa que fala línguas estará a ajudar-se a si própria a crescer espiritualmente, mas aquele que profetiza ajuda toda a igreja a crescer.
5 Gostaria que todos falassem línguas, mas muito mais ainda que todos fossem capacitados a profetizar, porque isso tem mais importância do que falar línguas desconhecidas, a não ser que alguém interprete o que está a ser dito, para que os outros possam obter algum proveito espiritual.
6 Queridos irmãos, ainda que eu próprio viesse ter convosco falando-vos numa língua que não percebessem, como poderia ajudar-vos? Mas se vos disser com toda a simplicidade o que Deus me revelou, algum conhecimento, uma profecia, isso poderá ajudar-vos. 7 Até os instrumentos de música, a flauta, por exemplo, ou a harpa, demonstram a necessidade de que tudo o que se exprime seja com clareza, com nitidez. Ninguém reconhecerá a melodia que o instrumento estiver a tocar, se cada nota não soar com clareza. 8 E se no exército o corneteiro não tocar as notas certas, como é que os soldados saberão que estão a ser chamados para a batalha? 9 De igual forma, se falarmos com alguém numa linguagem que ele não perceba, como há de saber o que lhe estão a dizer? Seria a mesma coisa que falar numa sala sem ninguém.
10 Suponho que haverá centenas de línguas diferentes neste mundo e que todas elas exprimem bem o pensamento daqueles que as falam. 11 Mas se eu não souber o sentido daquilo que dizem, alguém que me fale numa dessas línguas será sempre para mim um estrangeiro, assim como eu para ele. 12 Visto que desejam ter dons do Espírito Santo, peçam para ter os que serão de real utilidade para toda a igreja.
13 Se a alguém é concedido o dom de falar línguas desconhecidas, deve também orar para que lhe seja dado o dom de interpretação, a fim de que possa depois transmitir explicitamente aos outros o que estava a falar. 14 Porque se eu orar em línguas, o meu espírito está a orar, mas no meu pensamento não sei o que estou a dizer.
15 Pois bem, que devo então fazer? As duas coisas: orarei no Espírito e orarei com palavras que eu entendo; cantarei no Espírito e cantarei com palavras que eu entendo. 16 Porque se louvarem a Deus de uma forma espiritual, sem que o entendimento acompanhe o que estão a dizer numa língua desconhecida, como é que aqueles que estão presentes vos podem acompanhar no louvor a Deus, se não sabem o que vocês estão a dizer? 17 Podem até estar a dizer coisas muito belas, mas que não serão de ajuda nenhuma para quem ali está.
18 Eu dou graças a Deus porque falo em outras línguas mais do que qualquer um de vocês. 19 Mas num culto público preferiria muito mais dizer uma frase apenas, cinco palavras que fosse, mas que todos compreendessem e que a todos ajudasse, do que fazer um discurso de milhares de palavras numa língua desconhecida.
20 Queridos irmãos, não sejam infantis quanto à compreensão destas coisas. Quando se trata de imaginar o mal, nessa altura sim, convém que sejam como meninos inocentes; mas procurem entender as coisas desta natureza com a maturidade de pessoas adultas. 21 As Escrituras dizem-nos:
“Enviarei homens de outra língua
a falar por lábios estranhos a este povo, diz o Senhor,
mas mesmo assim não quererão ouvir.”[b]
22 Veem então que o falar outras línguas pode ser um sinal para os descrentes. Enquanto que o profetizar é para os crentes. 23 Com efeito, se um descrente vem à igreja e vos ouve falar noutras línguas, poderá pensar que estão todos fora do seu perfeito juízo. 24 Mas se estiverem a profetizar e um estranho entrar na igreja, ou alguém que ainda não compreenda tudo, tem a possibilidade de ser convencido e a sua consciência será sensibilizada por tudo aquilo que ouvir. 25 À medida que for ouvindo, os seus pensamentos mais íntimos serão postos a nu perante Deus e no seu espírito prostrar-se-á perante o Senhor, adorando-o e confessando que Deus está na verdade no vosso meio.
Ordem nas reuniões da igreja
26 Pois bem, irmãos, resumamos o que já se disse. Quando se reúnem, um canta um hino, outro tem um ensinamento, um outro tem algo especial que Deus lhe revelou, outro fala numa língua desconhecida, enquanto outro interpreta o que foi dito por aquele. Mas tudo o que for feito deve ser de utilidade para todos e seu crescimento no Senhor. 27 Não deveriam falar mais do que dois ou três em línguas desconhecidas, e que fale um de cada vez, havendo sempre alguém para interpretar. 28 Mas se não houver ninguém que interprete, devem ficar em silêncio, na reunião da igreja, e falar só entre si e Deus.
29 Também dois ou três profetas podem falar a mensagem de Deus, cada um por sua vez, se tiverem o dom para tal, enquanto os outros devem ouvir atentamente. 30 E se, enquanto alguém está a transmitir a palavra de Deus, outra pessoa receber uma revelação do Senhor, aquele que está a falar deve terminar. 31 Assim, todos os que têm uma profecia podem falar, mas um após o outro; dessa forma todos aprenderão e serão ajudados. 32 Lembrem-se de que uma pessoa que profetiza deve ser capaz de se conter a si próprio e de esperar pela sua vez. 33 Deus não pode aceitar a desordem. Deus ama a harmonia e é isso que deseja encontrar em todas as igrejas.
34 As mulheres devem ficar em silêncio durante as reuniões na igreja. Não devem tomar parte nas discussões. Sejam submissas, tal como mandam as Escrituras. 35 Se tiverem questões a apresentar que o façam aos maridos em casa; não é próprio para as mulheres falarem nos cultos da igreja.
36 Será que pensam que o conhecimento da palavra de Deus começa e acaba unicamente em vocês, coríntios? 37 Se alguém julga ser profeta e ter outras capacidades da parte do Espírito Santo deveria ser o primeiro a perceber que aquilo que estou a dizer é um mandamento da parte do Senhor. 38 Mas se alguém continuar a discordar não temos mais do que deixá-lo na sua ignorância.
39 Portanto, meus irmãos na fé, procurem ansiosamente profetizar e não impeçam alguém de falar noutras línguas. 40 Certifiquem-se de que tudo é feito com ordem e sempre da forma mais conveniente.
A ressurreição de Cristo
15 Agora, irmãos, permitam-me que vos lembre o evangelho que vos preguei desde o princípio, que aceitaram e no qual permanecem! 2 São essas boas novas que vos salvam, se nelas crerem firmemente. Doutra maneira, terão crido em vão.
3 Eu transmiti-vos no princípio o que era mais importante e que também me foi transmitido: que Cristo morreu pelos nossos pecados, conforme as Escrituras, 4 foi sepultado e três dias depois ressuscitou dos mortos, conforme as Escrituras. 5 Foi visto por Pedro e mais tarde pelo resto dos Doze. 6 Depois disso foi visto também por mais de quinhentos irmãos numa ocasião, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham morrido. 7 Depois foi Tiago quem o viu e mais tarde todos os apóstolos. 8 Por último, também apareceu-me a mim, muito depois de aos outros; é como se eu tivesse nascido fora do tempo. 9 Porque eu sou o menos merecedor de todos os apóstolos, e nem deveria ser digno de ser considerado apóstolo pela maneira como tratei a igreja de Deus.
10 Mas o que agora sou devo-o à grande bondade de Deus e à sua graça sobre mim, o que não deixou de dar resultado. Porque tenho trabalhado mais duramente que todos os apóstolos, embora não seja efetivamente eu quem o faz, mas Deus que opera na minha vida pela sua graça. 11 Nem interessa se sou eu ou eles quem tem pregado; o mais importante é que vos anunciámos as boas novas e vocês creram.
A ressurreição dos mortos
12 Mas se pregamos que Cristo ressuscitou da morte, porque é que alguns de vocês andam a dizer que não há ressurreição dos mortos? 13 Porque se não há ressurreição dos mortos, então Cristo ainda deve estar morto. 14 E se ele ainda está morto, então toda a nossa pregação é inútil e a vossa fé em Deus é em vão. 15 E nós, os apóstolos, seremos todos mentirosos, porque dissemos que Deus ressuscitou a Cristo, e isso não seria verdade, se os mortos não tornassem à vida. 16 Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou. 17 E se Cristo não ressuscitou então a vossa fé é inútil e vocês ainda estão sob a condenação por causa dos vossos pecados. 18 Nesse caso, todos quantos morreram crendo em Cristo estão perdidos! 19 E se a nossa esperança em Cristo é unicamente para esta vida nós somos as pessoas mais miseráveis no mundo.
20 Mas o facto é que Cristo ressuscitou mesmo dentre os mortos e se tornou o primeiro entre os milhões que um dia voltarão a viver!
21 Tal como a morte apareceu neste mundo por causa daquilo que um homem fez, assim também é por causa do que um outro Homem realizou que agora há a possibilidade da ressurreição. 22 Cada um de nós morre porque pertence à descendência pecadora de Adão. Mas todos os que estão ligados a Cristo voltarão de novo à vida. 23 Contudo, cada um na sua ordem: Cristo foi o primeiro a ressuscitar; depois, quando ele voltar, todo o seu povo tornará a viver.
24 Então virá o fim, quando Cristo entregará o reino a Deus, o Pai, tendo derrubado todos os domínios, autoridades e poderes. 25 Porque Cristo reinará até que tenha derrotado todos os seus inimigos, 26 incluindo o último, que será a morte. 27 Porque ele pôs tudo sob os seus pés. Com efeito, ao dizer que tudo está posto sob os seus pés, é óbvio que isso exclui aquele que lhe sujeitou esse tudo, isto é, o seu próprio Pai. 28 Quando Cristo tiver finalmente ganho a batalha contra os seus inimigos, então ele, o Filho de Deus, colocar-se-á também a si próprio sob a autoridade do Pai, para que Deus, que lhe deu a vitória sobre tudo, seja absolutamente supremo.
29 Se os mortos não voltarem a viver, que razão haveria para aquilo que certas pessoas fazem, batizando-se em lugar de outros que já partiram? Porquê tudo isso, se não se crê que os mortos ressuscitarão?
30 E porque haveremos nós próprios de arriscar constantemente as nossas vidas, enfrentado a morte hora a hora? 31 Porque é um facto que eu enfrento diariamente a morte; mas se isso é verdade, também não é menor a minha satisfação no vosso crescimento no Senhor. 32 E que valor teria eu ter lutado com feras, em Éfeso, se não houver ressurreição dos mortos? Se não tornamos a viver: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos!”[c] 33 Não se deixem enganar pelos que dizem tais coisas. As más companhias corrompem os bons costumes. 34 Despertem e parem de pecar! Porque para vossa vergonha o digo: alguns de vocês ainda não conheceram realmente a Deus.
O novo corpo ressurrecto
35 Mas alguém poderá perguntar: “Como é que os mortos vão ressuscitar? Que espécie de corpo terão?” 36 Não é uma pergunta sensata. Quando se enterra uma semente, ela não se transforma em planta enquanto não morrer primeiro. 37 Porque o que se semeia não é a planta, mas apenas um pequeno grão de trigo ou de outra planta qualquer. 38 E então Deus dá-lhe um corpo da espécie que destinou; cada espécie de semente dará naturalmente uma diferente espécie de planta. 39 Assim como há diferentes espécies de sementes e plantas, assim também há diferentes espécies de corpos. O homem tem uma espécie de corpo, os animais outra, as aves outra e os peixes outra.
40 Há corpos no céu e há corpos na Terra. A glória dos corpos celestiais é diferente da beleza dos corpos terrenos. 41 O Sol, a Lua e as estrelas, cada um tem o seu próprio esplendor. E até as estrelas diferem em brilho e em grandeza entre si.
42 Da mesma forma, os nossos corpos humanos, que hão de morrer e desaparecer, são diferentes dos corpos que teremos quando ressuscitarmos, pois estes não morrerão. 43 Os corpos que agora temos acabam na corrupção da morte; mas quando ressuscitarmos serão corpos gloriosos. É verdade, sim, que agora são corpos mortais, mas quando voltarmos à vida serão corpos cheios de energia. 44 Ao morrerem não passam de meros corpos humanos, mas na ressurreição serão corpos espirituais. Porque assim como há corpos de natureza humana, também há corpos espirituais.
45 As Escrituras dizem-nos que o primeiro homem, Adão, se tornou um ser vivo, mas o último Adão, isto é, Cristo, é um Espírito que dá vida. 46 Temos primeiramente estes corpos humanos, mas depois Deus dar-nos-á corpos celestiais. 47 Adão foi feito da terra, mas Cristo veio do céu. 48 Todo o ser humano tem um corpo como o de Adão, feito da terra, mas os que são de Cristo terão como ele um corpo celestial. 49 E se agora cada um de nós ainda tem um corpo como o de Adão, um dia viremos a ter um corpo semelhante ao de Cristo.
50 Uma coisa vos garanto, irmãos: é que um corpo terreno, feito de carne e sangue, não pode entrar no reino de Deus. Estes nossos corpos mortais não têm uma natureza que lhes permita viver para sempre.
51 Mas posso revelar-vos um mistério: é que nem todos morreremos; contudo, todos receberemos novos corpos! 52 E tudo acontecerá num abrir e fechar de olhos, quando a última trombeta soar. Porque haverá no céu um toque de trombeta e todos os cristãos que já morreram tornarão à vida com novos corpos que nunca mais hão de morrer. Então nós, os que estivermos vivos ainda, seremos igualmente revestidos de novos corpos. 53 Pois os nossos corpos terrenos, sujeitos à morte, serão transformados em corpos celestiais que não podem morrer, mas que viverão para sempre.
54 Quando isto acontecer (quando os nossos perecíveis corpos terrenos forem transformados em corpos celestiais que nunca morrerão), então se cumprirá o que diz a Escritura:
“A morte foi tragada na vitória.”[d]
55 “Onde está pois, ó morte, a tua vitória?
Onde está o teu aguilhão?”[e]
56 Porque o aguilhão da morte reside no pecado e o poder do pecado está na Lei. 57 Como estamos gratos a Deus por tudo isso! Foi ele quem nos tornou vitoriosos por meio de Jesus Cristo nosso Senhor!
58 Assim, meus queridos irmãos, sejam firmes e constantes, trabalhando com entusiasmo na obra do Senhor, pois sabem que nada do que fizerem para Deus será em vão.
A coleta para o povo de Deus
16 E agora eis as instruções com respeito à coleta de dinheiro que estão a fazer para enviar aos crentes em Jerusalém. Aliás, são as mesmas instruções que dei às igrejas da Galácia. 2 Todos os domingos, cada um ponha de parte uma quantia daquilo que ganhou durante a semana, destinada a esta oferta. Não esperem que eu chegue, para fazer a coleta de uma só vez. 3 Então, quando eu aí estiver, enviarei essa vossa oferta de amor fraternal a Jerusalém, acompanhada de uma carta, por intermédio de pessoas escolhidas por vocês. 4 E se for conveniente que eu vá também, poderemos fazer juntos, eles e eu, essa viagem.
Pedidos pessoais
5 A minha ida ocorrerá depois de ter passado primeiro na Macedónia. 6 Possivelmente será convosco que estarei mais tempo, talvez até todo o inverno, e então poderão deixar-me partir para o destino seguinte. 7 Na verdade, desta vez não quero fazer-vos apenas uma visita de passagem; desta vez hei de ficar uma temporada, se Deus o permitir. 8 No entanto, ficarei aqui em Éfeso até à celebração do Pentecostes. 9 Porque existe uma porta bem aberta para fazer um grande trabalho aqui e muitas pessoas estão a corresponder, o que não impede que haja muitos inimigos.
10 Se Timóteo aí for, recebam-no o melhor que puderem, porque tem trabalhado na obra do Senhor tal como eu. 11 Que ninguém tenha menos consideração por ele, mas que regresse feliz. Fico à sua espera e dos outros que o acompanham.
12 Pedi também a Apolo que vos visitasse na companhia de outros irmãos, mas achou que não devia fazê-lo agora; irá visitar-vos mais tarde, quando tiver uma oportunidade.
13 Mantenham-se vigilantes; permaneçam fiéis ao Senhor; sejam firmes e corajosos; que a vossa vida espiritual seja forte e enérgica. 14 E tudo o que fizerem que seja com bondade e amor.
15 Como sabem, Estéfanas e a sua família foram os primeiros a tornarem-se cristãos na Acaia, consagrando as suas vidas ao serviço dos filhos de Deus. 16 Sigam as suas diretivas e as de todos os outros que trabalham no vosso meio com verdadeira dedicação. 17 Estou muito contente por Estéfanas, Fortunato e Acaico nos terem vindo visitar. Fizeram por mim o que vocês não puderam em virtude de estarem longe. 18 Serviram-me de maravilhoso estímulo e estou certo de que também o foram para vocês. Espero que apreciem, no seu justo valor, o trabalho de homens como estes.
Saudações finais
19 Aqui, da província da Ásia, as igrejas enviam-vos as suas melhores saudações. Áquila e Priscila mandam-vos toda a sua afeição, assim como os que se reúnem na sua casa para o culto. 20 Todos os crentes daqui vos enviam recomendações. E vocês mesmos saúdem-se com um beijo fraterno.
21 E agora sou eu mesmo, Paulo, a escrever com a minha própria mão.
22 Se alguém não ama o Senhor que seja objeto do seu julgamento. O Senhor Jesus vem!
23 Que a graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco!
24 Envio-vos toda a minha afeição, na comunhão de todos os que pertencem a Cristo Jesus. Que assim seja!
Footnotes
- 13.3 O verbo grego em questão significa literalmente ser queimado. Outros manuscritos, porém, transmitem uma forma verbal foneticamente semelhante mas pertencente a outro verbo, que significa ser queimado. A forma adequada é aquela que aqui se traduz. Um testemunho exterior é um passo da I carta de Clemente de Roma a esta mesma igreja, de cerca do fim do século I d.C. Aí (capítulos 47–50) se refere que alguns irmãos desta igreja se haviam vendido a si mesmo como escravos, tendo com o dinheiro obtido adquirido a liberdade de outros.
- 14.21 Is 28.11, 12.
- 15.32 Is 22.13.
- 15.54 Is 25.8.
- 15.55 Os 13.14.
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