Ezequiel 24
Almeida Revista e Corrigida 2009
A parábola da panela
24 E veio a mim a palavra do Senhor, no nono ano, no décimo mês, aos dez do mês, dizendo: 2 Filho do homem, escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; porque o rei de Babilônia se aproxima de Jerusalém neste mesmo dia. 3 E usa de uma comparação para com a casa rebelde e dize-lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Põe a panela ao lume, e põe-na, e deita-lhe água dentro, 4 e ajunta nela bons pedaços de carne, todos os bons pedaços, as pernas e as espáduas, e enche-a de ossos escolhidos. 5 Pega no melhor do rebanho e queima também os ossos debaixo dela; fá-la ferver bem, e cozam-se dentro dela os seus ossos. 6 Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Ai da cidade sanguinária, da panela que escuma, e cuja escuma não saiu dela! Tira dela pedaço a pedaço, e não caia sorte sobre ela. 7 Porque o seu sangue está no meio dela; sobre uma penha descalvada o pôs e não o derramou sobre a terra, para o cobrir com pó; 8 para fazer subir a indignação, para tomar vingança, eu pus o seu sangue numa penha descalvada, para que não seja coberto. 9 Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Ai da cidade sanguinária! Também eu farei uma grande fogueira. 10 Amontoa muita lenha, acende o fogo, consome a carne e tempera-a com especiarias, e ardam os ossos. 11 Então, a porás vazia sobre as suas brasas, para que ela aqueça, e se queime a sua ferrugem, e se funda a sua imundícia no meio dela, e se consuma a sua escuma. 12 De vaidades se cansou; e não saiu dela a sua muita escuma; ao fogo irá a sua escuma. 13 Na tua imundícia está a infâmia, pois te purifiquei, e tu não te purificaste; nunca mais serás purificada da tua imundícia, enquanto eu não fizer descansar sobre ti a minha indignação. 14 Eu, o Senhor disse: Será assim, e o farei; não tornarei atrás e não pouparei, nem me arrependerei; conforme os teus caminhos e conforme os teus feitos, te julgarão, diz o Senhor Jeová.
Predição da ruína de Jerusalém
15 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 16 Filho do homem, eis que tirarei de ti o desejo dos teus olhos de um golpe, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas. 17 Refreia o teu gemido; não tomarás luto por mortos; ata o teu turbante e coloca nos pés os teus sapatos; e não te rebuçarás e o pão dos homens não comerás.
18 E falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como se me deu ordem. 19 E o povo me disse: Não nos farás saber o que significam estas coisas que estás fazendo? 20 E eu lhes disse: Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 21 Dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu profanarei o meu santuário, a glória da vossa fortaleza, o desejo dos vossos olhos e o regalo da vossa alma; e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada. 22 E fareis como eu fiz; não vos rebuçareis e não comereis o pão dos homens. 23 E tereis na cabeça os vossos turbantes e os vossos sapatos, nos pés; não lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas maldades e gemereis uns com os outros. 24 Assim vos servirá Ezequiel de sinal; conforme tudo quanto fez, fareis; e, quando isso suceder, então, sabereis que eu sou o Senhor Jeová.
25 E, quanto a ti, filho do homem, não sucederá que, no dia que eu lhes tirar a sua fortaleza, o gozo do seu ornamento, o desejo dos seus olhos, a saudade da sua alma e seus filhos e suas filhas, 26 nesse dia, virá ter contigo algum que escapar, para to fazer ouvir com os ouvidos? 27 Nesse dia, abrir-se-á a tua boca para com aquele que escapar; e falarás e por mais tempo não ficarás mudo; assim, virás a ser para eles um sinal maravilhoso, e saberão que eu sou o Senhor.
Ezequiel 24
Portuguese New Testament: Easy-to-Read Version
A panela e a carne
24 No dia dez do mês décimo do nono ano[a], o SENHOR me disse:
2 —Homem mortal, escreva uma nota dizendo que no dia de hoje o rei da Babilônia atacou Jerusalém. 3 Diga ao povo rebelde que eu, o Senhor DEUS, lhes envio a seguinte parábola:
“Coloque a panela sobre o fogo
e ponha água nela.
4 Adicione pedaços de carne,
o melhor da coxa e do lombo,
e o melhor dos ossos da melhor ovelha do rebanho.
5 Junte a lenha debaixo dela
para que a água ferva bem
e os ossos fiquem bem cozidos”.
6 Portanto, o Senhor DEUS diz:
“Ai de Jerusalém, cidade cruel!
Ai dessa panela enferrujada cujas manchas não podem ser tiradas!
Tire para fora todos os pedaços de carne,
mas não os reparta com ninguém.
7 Ainda tinha sangue nessa cidade.
Derramaram o sangue na pedra do altar
em vez de derramar o sangue no chão
e o cobrir com pó,[b]
como a lei manda.
8 Eu coloquei o sangue sobre a pedra
para que não fosse coberto pelo pó,
e assim se acendera a minha ira
para me vingar
do sangue inocente que foi derramado”.
9 Portanto, o Senhor DEUS diz:
“Ai da cidade cruel!
Eu mesmo jogarei mais lenha ao fogo.
10 Jogue mais lenha e acenda o fogo!
Cozinhe bem a carne até que fique bem cozida.
Preparem-na com as especiarias[c]
e que os ossos fiquem bem queimados.
11 Ponha a panela vazia sobre o carvão
para que o cobre[d] fique no vermelho vivo.
Que as suas impurezas acabem
e sua ferrugem termine.
12 “Está tão enferrujada que é impossível fazer com que fique limpa.
Nem o fogo a pode purificar”.
13 —Tentei purificar você da sua repugnante libertinagem, mas como não mostrou querer ser pura, já não tentarei purificar você mais até que minha ira consuma você. Eu, o SENHOR, afirmo isto. 14 Chegou a hora de fazer o que falei para vocês. Não me deterei nem passarei por alto nada. Não terei compaixão. Receberá o castigo pela sua conduta e por todas as suas más ações. É a decisão do Senhor DEUS.
A morte da esposa de Ezequiel
15 Depois o SENHOR me disse:
16 —Olhe, homem mortal, num abrir e fechar de olhos tirarei de você a luz da sua vida, mas não lamente nem chore por ela. Não derrame lágrima alguma. 17 Gema em silêncio, como se estivesse morto. Não demonstre que está de luto. Coloque o seu turbante e seus sapatos como de costume. Não cubra com véu o bigode nem coma a comida que trouxerem para consolar você.
18 Minha esposa morreu de noite, e de manhã avisei ao povo. Na manhã seguinte fiz o que me foi ordenado. 19 O povo me perguntou se eu ia dizer o que significava tudo isso. 20 Eu lhes respondi o que o SENHOR queria 21 que eu falasse ao povo de Israel:
—Vou destruir o meu lugar sagrado, o orgulho dos seus cânticos, a luz das suas vidas, a paixão das suas almas. Os filhos e filhas que foram abandonados por vocês morrerão pela espada. 22 E vocês farão o mesmo que Ezequiel. Não cobrirão com véu seus bigodes nem comerão a comida que é trazida para consolar os parentes. 23 Em vez disso, usarão seus turbantes e seus sapatos como de costume. Não lamentarão nem chorarão, mas apodrecerão de culpa gemindo mutuamente. 24 Ezequiel será um sinal para vocês. Quando isso acontecer, vocês farão tudo o que ele tiver feito, e então aprenderão que eu sou o Senhor DEUS.
25 —Homem mortal, vai chegar o dia em que irei tirar deles a sua fortaleza, seu contentamento maravilhoso, o desejo do seu olhar, o orgulho da sua alma, e os seus filhos e as suas filhas. 26 No dia que isso acontecer, um fugitivo virá avisar você. 27 Nesse mesmo dia, a sua língua ficará livre, como a língua daquele fugitivo, e você então poderá falar. Você será um sinal, e então aprenderão que eu sou o SENHOR.
Footnotes
- 24.1 nono ano Trata-se do nono ano do exílio, o 588 a.C., data em que o rei Nabucodonosor começou o cerco a Jerusalém.
- 24.7 sangue (…) com pó A lei de Moisés ensinava que quem matasse um animal como alimento, deveria derramar o sangue do animal no chão e cobri-lo com pó. Isto era uma forma de mostrar que a vida do animal devolvia-se a Deus. Ver Lv 17.1 e Dt 12.1-25. Se o sangue não fosse coberto com pó, então se considerava que o sangue era uma testemunha em contra de quem matou o animal. Ver Gn 4.10, Jó 15.18 e Is 26.21.
- 24.10 Preparem-na com as especiarias Possível tradução. Esta parte do texto em hebraico é de significado duvidoso.
- 24.11 cobre ou “bronze”.
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